quinta-feira, 11 de março de 2010

Casos de dengue passam de 1,9 mil em Ribeirão

Casos de dengue passam de 1,9 mil em Ribeirão




Ribeirão Preto já tem 1.962 casos de dengue registrados até a manhã desta segunda-feira (1). Há ainda 2.891 casos esperando confirmação. A cidade vive a quarta pior epidemia da doença de todos os tempos antes mesmo da época de pico de ocorrências que é em março e abril.

A primeira grande epidemia de dengue em Ribeirão aconteceu em 1990, quando foram registrados quase 9 mil casos. A segunda foi em 2001, com 3.190 casos. Em 2006, a situação foi mais grave, houve três mortes e quase 6 mil casos de dengue.

De acordo com o Controle de Vetores, vários fatores contribuem para a grande proliferação do mosquito na cidade, entre eles, o clima quente e úmido e a circulação de três dos quatro tipos de vírus conhecidos. Em cada 100 casas visitadas na cidade, sete têm foco do Aedes Aegypti, transmissor da dengue. O considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde é de apenas uma casa em cada 100. Segundo a prefeita, Dárcy Vera, Ribeirão tem 64 mil terrenos particulares, dos quais 4 mil proprietários já foram multados pela fiscalização de combate aos criadouros do mosquito.

O emplacamento dos veículos usados pelos carroceiros também é uma medida de combate à doença. A prefeitura estuda uma área para que o entulho recolhido pelos carroceiros possa ser depositado sem correr o risco de se tornar novos criadouros. Só em 2010, 50 toneladas de entulho foram recolhidas na cidade.

Esses fatores são agravados pela dificuldade de encontrar os focos porque muitas casas estão fechadas ou seus moradores não autorizam a entrada dos agentes para a vistoria. Cerca de 40% das casas não são visitadas, mesmo com o trabalho dos 600 agentes de saúde nas ruas. Por isso, a Prefeitura de Ribeirão tomou uma medida extrema e conseguiu na Justiça uma autorização, a partir da terceira visita infrutífera, para intimar os moradores a agendar um dia para a fiscalização. Do contrário, a casa será aberta com a ajuda de um chaveiro. Os agendamentos podem ser feitos pelo disque-dengue: 0800 7750123.

Exames suspensos

A partir desta segunda-feira (1), o teste rápido para detectar a dengue foi suspenso nas unidades de saúde da Vila Virginia e Castelo Branco. A medida segue uma determinação do Ministério da Saúde, que dispensou exames nas pessoas que apresentarem os sintomas nas cidades com epidemia.

A determinação é para que não se gaste verba para os exames nos casos de epidemia e que já sejam considerados doentes os que apresentarem os sintomas da doença. Segundo a Vigilância Epidemiológica, as duas unidades que terão os exames suspensos são as que mais confirmaram casos de dengue em Ribeirão Preto, com 120 por semana.

Região

Na região, Jardinópolis e Jaboticabal, duas cidades que têm histórico de contaminações graves de dengue, também enfrentam epidemias neste ano.

Jaboticabal teve a primeira explosão de dengue em 2001, com 400 casos. Em 2010, a doença voltou com força e, neste ano já são 1.199 casos confirmados até o momento. Diariamente, são atendidas, em média, 200 pessoas com sintomas em um ambulatório improvisado pela prefeitura para o atendimento exclusivo aos contaminados pela doença.

A grande demanda tem atrasado o atendimento aos pacientes. A situação ficou insustentável no dia 19 de fevereiro, quando moradores com sintomas chamaram a polícia no pronto-socorro e registraram boletim de ocorrência após esperarem horas por atendimento do lado de fora do prédio e fizeram um abaixo-assinado para entregar ao Ministério Público.

Os comerciantes se envolveram no controle e ofereceram prêmios para serem entregues aos moradores que não tivessem criadouros do mosquito dentro de casa.

Jardinópolis viveu a primeira epidemia de dengue em 1996. Cinco anos depois, enfrentou outra epidemia, com 2,2 mil casos e uma morte. Em 2002, a prefeitura chegou a ameaçar prender quem não colaborasse no combate à doença.

A dengue voltou a preocupar no final do ano passado, quando houve um aumento de 400% no número de casos. Este ano, já são 415 casos confirmados e 401 suspeitos.

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