Dados foram apresentados em conferência sobre Aids realizada na Malásia.
No entanto, especialistas disseram que método não é opção viável.
O
pesquisador Timothy Henrich, dos EUA, divulga nesta quarta-feira
(3) durante conferência sobre Aids na Malásia que o vírus HIV desapareceu
do sangue de dois pacientes que fizeram transplante de medula óssea para
tratar um câncer (Foto: Lai Seng Sin/AP)
Pesquisadores apresentaram nesta quarta-feira (3) em uma conferência
sobre a Aids realizada em Kuala Lumpur, na Malásia, que duas pessoas
portadoras do vírus HIV não apresentaram mais sinais de contaminação
após passarem por transplantes de medula óssea.(3) durante conferência sobre Aids na Malásia que o vírus HIV desapareceu
do sangue de dois pacientes que fizeram transplante de medula óssea para
tratar um câncer (Foto: Lai Seng Sin/AP)
Segundo informações da rede americana CNN, cientistas da Harvard Medical School e de outros hospitais de Boston divulgaram que os dois homens, cujas identidades não foram reveladas, se trataram durante anos com antirretrovirais antes de serem diagnosticados com linfoma, um câncer dos gânglios linfáticos.
Eles foram submetidos a quimioterapia intensiva e, posteriormente, passaram por um transplante de medula óssea para tratar o câncer. Aproximadamente quatro meses após a cirurgia, os médicos ainda detectavam o HIV no sangue deles. No entanto, entre seis e nove meses depois, todos os vestígios do vírus tinham desaparecido.
Ainda assim, os especialistas disseram que a metodologia não é uma opção viável para a maioria dos pacientes com Aids e que os sinais encorajadores não significam que exista uma cura definitiva.
De acordo com Timothy Henrich, pesquisador que lidera o ensaio clínico, devido aos resultados com os dois pacientes, o tratamento com antirretroviral foi interrompido em ambos os casos.
“Achamos melhor interromper a terapia para ver o que acontece. Em uma pessoa portadora do HIV, que utiliza antirretrovirais por muitos anos, geralmente o vírus retorna dentro de duas a quatro semanas após a interrupção do tratamento”, explica Henrich.
Em busca da cura
Os novos casos somam-se a outras experiências divulgadas por cientistas de tentativas de cura da doença, um objetivo inimaginável há apenas alguns anos, ou, pelo menos, o controle de longa duração da doença, também chamada de "remissão funcional", que acaba com a necessidade do uso diário de tratamentos antirretrovirais.
Também podem ser citadas as experiências do caso do "bebê de Mississippi", uma criança infectada pelo vírus HIV no ventre de sua mãe e que recebeu um coquetel de três drogas nas primeiras 30 horas de vida, por 18 meses consecutivos. Quinze meses após a terapia tripla, o bebê ainda não apresenta traços de HIV no sangue.
A única cura total conhecida até o momento é a de Timothy Brown, chamado de "o paciente de Berlim". Ele recebeu tratamento para leucemia e se declarou curado depois de um transplante de medula óssea de um doador que tinha uma mutação genética rara que impedia o HIV de entrar nas células.
Antirretrovirais ajudam a ter qualidade de vida
Os tratamentos antirretrovirais, que surgiram na década de 1990, melhoraram gradualmente, mas milhões de pacientes em todo o mundo ainda precisam tomá-los por toda a vida. Quase 34 milhões de pessoas estão infectadas com o HIV em todo o mundo e 1,8 milhão morrem com esta doença a cada ano.
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